João Vieira assumiu hoje que ainda persegue mais recordes, um dia depois de reforçar o estatuto de português mais rápido nos 35 quilómetros marcha, apesar de, aos 49 anos, já tratar as dores “por tu”.
No domingo, o marchador do Sporting melhorou em um minuto e 42 segundos o recorde nacional na distância, que já lhe pertencia desde 2022 (2:33.23), para as 2:31.41 horas, durante o Europeu por equipas em Podebrady, na República Checa, no qual terminou no 17.º posto.
“O principal objetivo era bater o recorde e não só, queríamos fazer uma marca de excelência, para podermos pensar no apuramento para os Campeonatos do Mundo Tóquio2025. Para mim, a marca de qualificação direta é muito difícil de fazer, mas há o ‘road to Tokyo’ [via ranking] e, com duas provas, posso estar, em agosto, entre as 50 vagas”, explicou.
Em declarações à agência Lusa, o atleta de Rio Maior, vice-campeão do mundo nos 50 quilómetros marcha em Doha2019, reiterou o objetivo de se qualificar para os Mundiais Tóquio2025, a disputar em setembro, nesta distância ou na mais curta, reconhecendo que o nível nessa “está fortíssimo”.
O apuramento direto está fixado em 2:28:00 horas, daí João Vieira e a treinadora Vera Santos terem apontado a um registo ainda melhor do que o alcançado na República Checa.
“Eu e a Vera ainda queríamos fazer melhor tempo, foi esse o foco, para que esta fosse a última prova antes dos Mundiais, mas não estou a conseguir mais velocidade. Saiu este tempo, numa distância ainda muito recente, por isso acho que ainda vou conseguir melhorar este recorde”, afirmou Vieira, assegurando pretender “sempre mais e melhor”.
Contando que a atualização do ranking de apuramento o deixe entre os 50 virtualmente apurados, “provavelmente no 38.º lugar”, segundo as contas do próprio.
“Esse lugar assegura uma vaga e deixa uma margem confortável para estar em Tóquio. Ainda tenho a possibilidade de fazer uma prova de 35 quilómetros, em julho, na Irlanda. Com esta idade, eu já trato a dor por tu, e isso torna as coisas mais fáceis, mas não vale a pena arriscar ir se não houver necessidade”, concluiu.
Depois de ter ficado ausente de Paris2024, e sofrido uma “rotura de nível 3” a tentar o apuramento para os seus sextos Jogos Olímpicos (em Sydney2000 esteve doente), João Vieira ainda aspira ao recorde absoluto de presenças em Campeonatos do Mundo, para desempatar com o também marchador espanhol Jesus Ángel García (ambos com 13).