“Irão para sempre.” Foi com estas três palavras e uma imagem da bandeira iraniana sobre o mapa do país que Mehdi Taremi quebrou o silêncio nas redes sociais, numa altura em que permanece retido no Irão e afastado da comitiva do Inter para o Mundial de Clubes.
O avançado de 31 anos, que viajou para casa após o fim da época desportiva, ficou impedido de regressar a Itália devido ao encerramento dos aeroportos e do espaço aéreo iraniano, na sequência dos bombardeamentos israelitas e das respostas militares que deixaram a região em sobressalto. O risco de uma deslocação por terra também afastou essa hipótese, tornando inevitável a ausência do internacional iraniano da prova internacional.
A mensagem publicada por Taremi surge dias depois de a imprensa italiana ter revelado que o clube milanês não conseguia estabelecer contacto com o jogador. A publicação, carregada de simbolismo, apela à união nacional, mas não apaga o historial crítico do futebolista em relação ao regime de Teerão.
Em fevereiro, Taremi escreveu que o povo iraniano estava “a pagar o preço de um governo falhado”, e durante o Mundial de 2022 recusou-se a entoar o hino nacional, juntamente com outros colegas de seleção, em protesto contra a repressão violenta de manifestações no país.
Fora dos relvados, o jogador continua a dar sinais do seu envolvimento social. Dentro deles, ficará agora de fora do Mundial de Clubes, onde o Inter esperava contar com a sua experiência e instinto goleador.
