Ângelo Girão: “Acabo a carreira por não me renovarem o contrato. A minha ideia era continuar a jogar no Sporting

O guarda-redes Ângelo Girão terminou a carreira no hóquei em patins, aos 35 anos, porque o Sporting não quis renovar o seu contrato, antecipando uma decisão que se encontrava bem planeada há algum tempo.

“Eu acabo a carreira por não me renovarem o contrato. A minha ideia era continuar a jogar no Sporting, não acabei só porque quis acabar. Queria continuar ligado ao Sporting, mas não houve essa possibilidade. Acontece a toda a gente, faz parte do mundo do desporto e aceito isso sem problema nenhum. É um ciclo que acaba e outro que começa”, explicou Ângelo Girão, em entrevista à Lusa.

Depois de 11 temporadas ao serviço dos ‘leões’, Ângelo Girão despediu-se após a eliminação nas meias-finais do campeonato, perante o FC Porto, no Pavilhão João Rocha, em Lisboa, embora tenha perspetivado “jogar por mais dois ou três anos”.

“Não me foi possível continuar neste clube pelo qual eu dei tanto e quis tanto que chegasse ao topo. Tive algumas propostas e têm sido uns dias muito engraçados em relação a essa parte, mas, neste momento, tenho a minha vida extra-hóquei cá em Lisboa”, justificou, realçando que, por agora, vai ficar afastado da modalidade.

Proprietário de uma empresa de investimentos, outra de imobiliário e uma creche, Ângelo Girão vai dedicar-se à parte empresarial, que está “a correr muito bem” e na qual perspetiva “um bom futuro, com muito trabalho”, sem se agarrar ao passado.

“O hóquei em patins vai ter de ficar para segundo plano, com muita pena minha e mágoa. Fecha-se esta porta, mas a minha vida empresarial e laboral vai começar agora noutros lados e tenho de ter disponibilidade máxima para poder dar o meu melhor, como dei aqui no hóquei estes anos todos”, afirmou, acrescentando: “Foi uma página muito bonita da minha vida, mas agora há outros mundos a explorar”.

No entanto, o hoquista não descarta um regresso à modalidade no futuro, a longo prazo, embora através de outro projeto que não seja o Sporting, apesar de, há uns tempos, ter sido essa a vontade, mas sem compatibilidade com a visão do clube.

“Quando percebi que o clube não perspetivava isso para mim, rapidamente mudei de planos e adaptei-me. Neste momento, o Sporting está fora de hipótese para eu continuar, mas no futuro não abro mão de, noutro lugar, poder abraçar qualquer projeto ligado ao hóquei em patins”, expressou o internacional luso por 122 vezes.

Os primeiros dias da ‘reforma’ “têm sido complicados” a nível emocional, assumiu Ângelo Girão, embora esteja a preparar este final de carreira “há cerca de um ano”.

“Sabia que, eventualmente, haveria um ano que tinha de deixar. Como houve esta perspetiva e ‘arrumei’ a minha cabeça há muito tempo em relação ao hóquei e em parar de jogar, nem tem sido assim tão difícil. É mais pela parte emocional de não estar ligado a estes jogadores e a este grupo de trabalho diariamente, como estive ao longo destes últimos 11 anos”, sentenciou o capitão do conjunto sportinguista.

Com formação no FC Porto, Ângelo Girão representou, a nível sénior, AA Espinho e AD Valongo, onde se sagrou campeão nacional antes de rumar ao Sporting, numa fase em que a turma ‘leonina’ se tentava reerguer após um período de inatividade.

O guarda-redes venceu um Mundial (2019) e um Europeu (2016) pela seleção lusa, para além de três Ligas dos Campeões (2018/19, 2020/21 e 2023/24), duas Taças Continentais (2019/20 e 2021/22) e uma Taça WSE (2014/15) pelos sportinguistas.

A nível nacional, Ângelo Girão soma três campeonatos, um pelo Valongo (2013/14) e dois pelo Sporting (2017/18 e 2020/21), uma Taça de Portugal (2024/25) e ainda uma Supertaça (2015), e finda a carreira como uma das maiores referências lusas.

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