Destaques do FC Porto 3-0 Vitória de Guimarães: entrada demolidora, Samu decisivo e um Dragão seguro na retaguarda

O FC Porto estreou-se na I Liga 2025/26 com uma exibição que combinou autoridade, intensidade e eficácia, superando o Vitória de Guimarães por 3-0 no Estádio do Dragão. Mais do que o resultado, foi a forma como a equipa de Francesco Farioli controlou todas as fases do jogo que deixou uma forte impressão para o que aí vem.

A pressão alta foi uma arma constante, obrigando o Vitória a errar na construção e impedindo-o de criar ligações consistentes ao ataque. A coordenação entre linhas esteve próxima da perfeição: o meio-campo, liderado por um Samu inspirado e apoiado por Froholdt, não só fechou espaços como ditou o ritmo de jogo, alternando bem entre circulação paciente e acelerações súbitas que apanhavam o adversário desprevenido.

Com bola, o FC Porto apresentou uma dinâmica ofensiva fluida, capaz de explorar tanto as faixas como as zonas interiores. Pepê deu largura e desequilíbrio, movendo-se entre linhas e ligando com os avançados, enquanto as subidas de Alberto Costa acrescentaram soluções pela esquerda. Samu, além dos dois golos, mostrou capacidade de chegada à área e leitura de jogo para aparecer no momento certo.

Defesa implacável e sem dó

Defensivamente, a equipa esteve irrepreensível. Bednarek estreou-se com segurança, mostrando leitura de jogo e capacidade no duelo físico. Diogo Costa praticamente não foi chamado a intervir, reflexo de uma estrutura que neutralizou as tentativas do Vitória logo no início de cada jogada.

O mais impressionante foi a constância: mesmo com o jogo controlado, o FC Porto manteve intensidade na pressão e critério com bola, nunca permitindo que o ritmo caísse o suficiente para o adversário ganhar confiança. Foi uma vitória construída com maturidade, qualidade coletiva e sinais claros de que a equipa está pronta para manter um nível alto desde o arranque da temporada.

A figura: Samu começa a época com rugido de Dragão

Havia quem olhasse para o banco, visse Luuk de Jong sentado, e imaginasse que Samu pudesse sentir a pressão. Se sentiu, só a usou como combustível. O espanhol entrou no relvado com vontade de marcar território — e marcou, duas vezes. Um bis que encheu o Dragão de aplausos e que, não fosse alguma pontaria menos afiada em certas ocasiões, poderia ter sido um hat-trick para abrir a temporada em grande estilo.

Mais do que um finalizador, Samu foi um jogador completo. Baixou no terreno para ajudar na construção, abriu linhas de passe, combinou com quem vinha de trás e mostrou aquela disponibilidade rara que faz a diferença numa equipa de Sérgio Conceição. Sempre ligado ao jogo, sempre a pedir bola, sempre a ameaçar.

No fim, ficou a sensação de que a luta pela titularidade no ataque portista vai ter chama e intensidade. E, se for para manter este nível, Samu acabou de dizer, alto e bom som, que não está no Dragão para ser figurante — quer ser protagonista.

Momento de arrepiar

Antes de a bola rolar, cumpriu-se o que estava previsto: um minuto de silêncio em memória de Jorge Costa. Silêncio… ou quase. Nem todos o respeitaram, e esse ruído fora de lugar contrastou com a solenidade que o momento pedia. Mas, se o tributo inicial ficou marcado por essa nota dissonante, o verdadeiro arrepio chegou pouco depois.

Ao minuto 2, como que guiado por um instinto coletivo, o Estádio do Dragão levantou-se e aplaudiu. Não foi um aplauso qualquer — foi daqueles que enchem o ar, que fazem vibrar as bancadas e ecoar o nome de quem partiu, mas deixou marca. Durante sessenta segundos, a voz dos adeptos portistas tornou-se uma só, num gesto que fez tremer o estádio e que uniu todos os que ali estavam pela memória do antigo capitão.

Foi bonito de ver. E, mais ainda, de sentir. Um daqueles momentos que lembram porque o futebol é mais do que um jogo.

Reações

Farioli e Samu lembram Jorge Costa e destacam energia de jogadores e adeptos

PARTILHAR EM:

Twitter
Telegram
WhatsApp

LEIA MAIS NOTÍCIAS