Itália e Noruega pedem exclusão de Israel do apuramento para o Mundial 2026 devido a situação em Gaza

Continuam a crescer as vozes contra a atuação de Israel em Gaza. Os protestos alastraram-se para todo o mundo e, no desporto, são várias as manifestações contra equipas e atletas israelitas.

Na Volta a Espanha, por exemplo, os manifestantes têm interrompido algumas das etapas da prova e já provocaram, inclusive, a queda de alguns ciclistas, em protesto contra a participação da equipa Israel-Premier Tech na prova.

No futebol também tem crescido vozes contra o que os analistas consideram ser um genocídio levado a cabo por Israel no enclave palestiniano de Gaza. Devido ao conflito, a seleção israelita tem feito os seus jogos longe do seu território e, por onde passa, sente na pele o descontentamento dos adeptos adversários devido a situação em Gaza.

– Tudo sobre o desporto nacional e internacional em sportinforma.sapo.pt –

Na passada segunda-feira, Israel perdeu com Itália por 5-4, no apuramento europeu para o Mundial 2026, num jogo realizado em Debrecen, Hungria, país que tem acolhido os jogos dos clubes e das seleções israelitas. Alguns adeptos italianos protestaram contra a presença de Israel, virando as costas ao relvado no momento do hino israelita.

Após o jogo, a Associação de Treinadores de Itália enviou uma carta à FIFA, a pedir a exclusão de Israel do apuramento para o Mundial devido a situação em Gaza.

A Noruega, que também está no grupo de Israel e Itália, juntamente com a Estónia e a Moldávia, anunciou que irá doar toda a receita do próximo jogo do apuramento para o Mundial 2026, com os israelitas, em outubro, para organizações que apoiam as vítimas de Gaza.

“Ninguém pode manter-se indiferente aos ataques desproporcionados que Israel está a levar a cabo contra a população civil de Gaza”, lembrou a presidente da Federação Norueguesa de Futebol, Lise Klaveness.

A receção a Israel está a mexer com a segurança da Noruega. De acordo com a Federação israelita de futebol, as autoridades norueguesas só permitirão a entrada da seleção no país 24 horas antes do jogo, alegando motivos de segurança. Esta decisão, diz a federação israelita, compromete a sua preparação para o jogo.

Apesar de estar a fazer os seus jogos longe de casa e dos seus adeptos, na Hungria, Israel ainda sonha com o apuramento para o Mundial 2026. Soma nove pontos em cinco jogos, os mesmos da Itália, que tem um jogo a menos, mas longe dos 15 da líder Noruega que só sabe ganhar no Grupo I. Já a Palestina, que ficou fora da segunda fase do apuramento asiático, faz os seus jogos internacionais na Arábia Saudita, Jordânia e Qatar.

E o que diz a FIFA?

Apesar de a Palestina pedir, há muitos anos, a exclusão de Israel das provas da FIFA e da UEFA, os organismos que regem o futebol mundial e europeu, respetivamente, mantém-se à margem do conflito.

Muitos analistas têm criticado a UEFA e a FIFA por não aplicarem a Israel as mesmas sanções aplicadas a Rússia mas, Theodore Theodoridis, secretário-geral da UEFA, garantiu em fevereiro que “não há intenção por parte da UEFA de tomar uma decisão semelhante à da Rússia porque são situações diferentes”.

A Rússia foi excluída de todas as competições, poucos dias após ter invadido a Ucrânia.

PARTILHAR EM:

Twitter
Telegram
WhatsApp

LEIA MAIS NOTÍCIAS