Rui Costa explica contratação de Mourinho e recusa ideia de cartada eleitoral: “É um dos mais conceituados a nível mundial”

Palavras de Rui Costa, presidente do Benfica, durante a apresentação de José Mourinho como novo treinador do Benfica.

Escolha de Mourinho: “Como foi falado a seguir ao jogo da Liga dos Campeões, era nosso desejo que no próximo jogo, sábado, na Vila das Aves, já tivéssemos novo treinador. Apresentar o míster José Mourinho… dispensa apresentação. É um grande orgulho e honra fazer voltar a uma casa que bem conhece, curiosamente 25 anos depois, um dos mais conceituados a nível mundial. Vem de encontro a que fosse um treinador ganhador, com currículo ganhador. Dificilmente encontraríamos um currículo mais conceituado do que o de José Mourinho. As maiores felicidades, míster, neste prosseguimento de carreira. Que seja tão feliz nesta casa como nas outras, que tenha a capacidade de fazer um trabalho como tem feito na história futebolística. É uma honra, um privilégio ter José Mourinho como treinador do Benfica. Felicidades.”

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Conversa com Mourinho: “Foi para mim um privilégio enorme perceber que ele tinha vontade de vir treinar o Benfica. Deu-nos força para achar que estávamos com a pessoa certa. Isso facilitou a escolha e a decisão final, por isso conseguimos estar aqui de forma a que o mister dê já o treino desta tarde”.

Mourinho é trunfo eleitoral? “Estou aqui como presidente do Benfica, estou a escolher um treinador para o Benfica. Faz-me confusão que se use esses termos. Mourinho até já explicou como foi o contrato. Independentemente disso, a minha obrigação é assegurar o futuro do clube… Irresponsabilidade seria, porque o Benfica está a um mês das eleições, despedir um treinador e ficar sem treinador até as eleições. Não entendo que se veja as coisas dessa forma. Mourinho é treinador do Benfica porque é o Mourinho, porque consideramos que ele tem todos os pergaminhos para estar à frente de um clube da dimensão como o nosso. Nunca na vida iria escolher um treinador se sentisse que não seria capaz de treinar um clube da dimensão do Benfica. Seria uma irresponsabilidade como presidente e como candidato [às eleições do Benfica]. Considerámos que tínhamos de alterar a equipa técnica e tinha de ser um treinador capaz de treinar um clube desta dimensão”.

Antes de Mourinho, chegou a considerar um treinador interino? “Mourinho explicou como o contrato foi realizado e aproveito para agradecer ao mister. Há uma cláusula no final da temporada que deixa a possibilidade de quem estiver a liderar o clube de continuar ou não com o treinador. Estamos a contratar para o Benfica um treinador que não é indiferente ao nível mundial, trata-se de um dos nomes mais conceituados ao nível mundial. Assegurar o futuro do Benfica com um treinador de excelência”.

Papel de Mário Branco na contratação de Mourinho: “Estou aqui como presidente e não como candidato, mas a minha presença em Paredes estava marcada antes do jogo com o Qarabag. Aconteceu o que aconteceu, tivemos de tomar uma decisão, ontem entrámos em contacto com Mourinho, para ele poder estar aqui a dar o treino, para termos um treinador no banco no sábado. Toda a gente tem um papel importante na estrutura do Benfica, mas pensar em José Mourinho não é uma escolha tão difícil como isso”.

Rui Costa não tem colocado demasiada responsabilidade nos treinadores que já contratou?Nunca deixei de assumir as minhas responsabilidades. O primeiro responsável serei sempre eu porque sou eu quem escolhe os treinadores. Estou grato aos treinadores que trabalharam comigo nestes quatro anos, mas é a vida no futebol. Em países latinos nem sempre se consegue ter treinadores a longo prazo. Schmidt foi campeão e venceu a Supertaça, mas não teve o sucesso que esperávamos que tivesse. Lage começou com a época começada… Procuro dar esta continuidade aos treinadores, até entendermos que alguma coisa tem de mudar. São coisas que fazem parte do futebol”.

Chegada de Mourinho pode colocar Benfica num patamar ainda mais elevado? “Queremos sempre que o clube cresça em todas as áreas. A vinda de Mourinho não tem a ver com o estádio, mas com o que queremos em termos desportivos. Falamos de um treinador que, apesar de querer partir a sua carreira em duas partes, é um dos melhores do mundo, com melhor imagem ao nível mundial. Isso tem a sua importância. Sobre o contexto, até a decisão de vir mostra que se pode englobar nas decisões do clube, numa fase em que os objetivos estão intactos. Cartada ou não cartada, o risco grande da época era trazer um treinador sem esta qualidade, que não tivesse a bagagem suficiente para fazer frente tudo isto e se perdesse a época. Só me resta agradecer-lhe por aceitar este desafio, de treinar a equipa de futebol. O resto serão outros 500, será também a nossa missão proteger a equipa das eleições”.

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