Clubes ingleses a mandar na Europa: 5 vitórias em 6 jogos numa jornada da Champions pela segunda vez consecutiva

A força da Premier League, com o seu poderio financeiro, não é novidade para ninguém. Esta época, são seis os clubes ingleses presentes na Liga dos Campeões e esta semana, na jornada 4, cinco somaram vitórias, com o outro a empatar. Foi a segunda vez que tal aconteceu, depois de idêntico pecúlio na jornada 3.

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Os clubes ingleses parecem, pois, estar a dominar a Europa. Nesta ronda, Arsenal, Liverpool, Manchester City, Newcastle e Tottenham venceram os seus jogos, e só um empate inesperado do Chelsea no terreno do surpreendente Qarabab impediu um pleno. Na ronda anterior tinha sido o Tottenham a empatar no Mónaco, com os outros cinco a ganharem. Neste momento, com metade da fase de liga já jogada, quatro das oito vagas de apuramento direto são ocupadas por equipas inglesas.

Antes desta temporada, a Liga dos Campeões nunca tinha visto cinco equipas do mesmo país vencerem numa só jornada. Esta época a Inglaterra já logrou esse feito por duas vezes.

Ranking comprova domínio inglês

Vive-se uma era de domínio da Inglaterra, bem patente no Ranking da UEFA. Neste momento, a Inglaterra soma, no Ranking a 5 anos, 100,227 pontos. Atrás vem a Itália…mas a mais de 11 pontos de distância (88,660 pontos). É a sexta época seguida que Inglaterra lidera este ranking. A última vez que tal não aconteceu foi em 2019/20, quando à sua frente estava a Espanha.

Espanha liderou o ranking de 2012/13 até essa temporada de 2019/20 e em 2016/17 a Inglaterra chegou mesmo a ser terceira, atrás da Alemanha. Mas, aos poucos, retomou o topo e não parece destinada a largá-lo tão depressa.

A Premier League é, de há vários anos para cá, a liga europeia mais poderosa e a mais atrativa. Aquela que toda a gente quer ver e acompanhar. Longe vão os tempos em que era a Liga espanhola que fazia parar o mundo, sobretudo por alturas dos duelos entre o Barcelona de Messi ou Guardiola e o Real Madrid de Ronaldo ou Mourinho. E ainda mais longe os tempos, nas duas últimas décadas do século XX, em que era a Itália e os clubes italianos aqueles que atraíam as maiores estrelas estrangeiras, como Maradona, Van Basten, Ruud Gullit ou Matthaus.

Receitas de TV e investimento sem igual em contratações

Mas por que razão é assim e por que razão as equipas inglesas se estão a sair tão bem? Um fator determinante, claro, é a força financeira em comparação com as equipas do resto da Europa, o que lhes permite gastar mais em transferência e salários para atrair os melhores talentos.

Os direitos de transmissão televisiva geraram receitas sem igual para os clubes da Premier League, ultrapassando em muito os de outros países. E isso possibilitou que, neste verão, os clubes da Premier League tenham gastado mais do que nunca na janela de transferências, ultrapassando os 3,4 mil milhões de euros. Mais do os gasto pelos clubes da Bundesliga, La Liga, Ligue 1 e Serie A juntos.

Mais dinheiro significa que os clubes podem investir em plantéis maiores, e a profundidade dos plantéis é fundamental no futebol atual, para que os treinadores possam rodar jogadores sem perderem qualidade, face aos cada vez mais apertados calendários.

Domínio global absoluto…mas há quem possa fazer frente

Esse poderio e essa atração atualmente evidenciados pela Premier League têm reflexo, como se percebe, dentro de campo, nos resultados alcançados pelas equipas inglesas. Mas há, claro, equipas como o Bayern, o Inter (ambos 100 por cento vitoriosos), o Paris Saint-Germain (atual campeão europeu), ou os gigantes espanhóis Real Madrid e Barcelona que podem fazer frente aos clubes ingleses. São, contudo, casos únicos (ou quase, olhando para Espanha) nos respetivos países, e não um bloco de clubes, como no caso inglês.

Se olharmos para os resultados da presente edição da Liga dos Campeões, as equipas inglesas venceram, em conjunto, 71% dos jogos que disputaram (17 triunfos em 24), marcando 56 golos e sofrendo 17. O segundo melhor registo é das equipas inglesas, com 50% de vitórias (8 em 16 jogos). As equipas italianas ficam-se pelos 44% de vitórias, as francesas pelos 42% e as espanholas não vão além dos 40%.

Esta é a primeira vez que uma edição da Liga dos Campeões conta com seis clubes do mesmo país e os clubes ingleses farão história se todos se qualificarem e chegarem, depois, aos oitavos de final. Em 2017, Chelsea, Liverpool, Manchester City, Manchester United e Tottenham avançaram, fizeram da Inglaterra o primeiro país a ter cinco equipas nessa fase da competição. Esta temporada poderão, então, ser seis.

Mas esta ‘hegemonia global’ não é, obviamente, garantia de sucesso individual e de que seja um clube inglês a conquistar a Champions. Nesse ano de 2017, por exemplo, apenas duas equipas – Liverpool e Manchester City – passaram depois aos quartos de final. E quem ergueu o troféu foi o Real Madrid, ao bater o Liverpool na final.

Se na fase de liga o domínio é grande, a verdade é que quando competição entrar na fase a eliminar, tudo pode acontecer e há que contar com a qualidade das equipas de outros países acima referidas: seja a frieza do Inter, a força de um Bayern liderado por um goleador como Harry Kane no ataque, a qualidade Yamal, Raphinha ou Rashford no Barça, a história do Real Madrid nesta competição ou as inúmeras soluções do detentor do troféu, o PSG.

É bom lembrar que, na temporada passada (a primeira com este formato de fase de liga), o Liverpool ganhou isolado esta etapa da competição e acabou depois afastado logo nos oitavos de final pelo conjunto parisiense, que teve de jogar o play-off para chegar a esses oitavos de final mas que depois acabou por vencer de forma categórica a competição pela primeira vez na sua história.

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