O futebolista espanhol Raúl Asencio, do Real Madrid, e três outros ex-colegas, foram processados formalmente por um tribunal de instrução por gravarem imagens sexuais de duas mulheres, uma delas menor, e distribuí-las sem o seu consentimento.
De acordo com um relatório emitido hoje pelo Tribunal Superior das Canárias (TSJC), o juiz que supervisiona o caso emitiu uma ordem que encerra a investigação e formaliza o processo criminal contra os quatro suspeitos, que são o defesa ‘merengue’, Andrés Garcia, Ferrán Ruiz e Juan Rodríguez.
Isto abre caminho para que o Ministério Público e os procuradores privados apresentem acusações e solicitem a abertura de um julgamento.
O juiz de instrução encontrou provas dos seguintes crimes: descoberta de segredos sem consentimento e violação da privacidade, distribuição e envio de vídeos a terceiros sem aviso ou consentimento das vítimas, e recrutamento ou utilização de menores para fins pornográficos e posse de pornografia infantil.
O TSJC anunciou a decisão num breve comunicado que não mencionou os nomes dos jogadores, mas especificou que afeta os quatro envolvidos na investigação, ou seja, Raúl Asencio, Andrés García, Ferrán Ruiz e Juan Rodríguez, estes três últimos já fora do Real Madrid.
Também não foram especificados quais os atos imputados a cada um deles, nem a decisão judicial foi tornada pública, por conter informações íntimas de uma menor.
O incidente terá ocorrido a 15 de junho de 2023, num hotel nas Ilhas Canárias, quando os quatro jogadores de futebol se encontraram com as duas queixosas, que tinham 16 e 18 anos na altura.
De acordo com a queixa apresentada na altura pela mãe da menor, esta manteve relações sexuais consentidas com os jogadores de futebol, embora não lhes tenha dado permissão para que a gravassem, muito menos para que depois partilhassem o vídeo nas redes sociais, como mais tarde descobriram que teria acontecido.
A segunda jovem, maior de idade, denunciou a divulgação de um vídeo com conteúdo sexual que terá sido gravado por um dos suspeitos enquanto mantinham relações sexuais consentidas, sendo que a gravação e a posterior divulgação das imagens também não tenham sido consensuais.
No entanto, na última decisão tornada pública sobre o assunto — uma decisão do Tribunal de Las Palmas que recusou excluir Asencio do caso — a defesa do único dos quatro jogadores que ainda joga no Real Madrid argumentou que o seu cliente não participou nas gravações e que o vídeo que é acusado de partilhar não foi incluído no caso.
Após o anúncio desta acusação, o advogado de Asencio, Juan Gonzalo Ospina, não quis fazer comentários à agência de notícias espanhola EFE, embora fontes próximas do caso tenham confirmado que serão apresentados todos os recursos apropriados contra esta decisão judicial.
A própria decisão especifica que tanto a defesa como a acusação podem interpor recurso de reponderação, isto é, podem pedir ao mesmo juiz que proferiu a sentença que reconsidere a sua decisão.