A portuguesa Maria Heitor foi nomeada para o quadro de árbitros assistentes do Mundial feminino de râguebi Ingleterra2025, anunciou hoje a World Rugby, uma notícia recebida com “emoção” pela antiga jogadora internacional.
A juíza internacional vai, desta forma, tornar-se na primeira portuguesa a integrar uma equipa de arbitragem num Campeonato do Mundo de râguebi.
“Vieram-me as lágrimas aos olhos, chorei de alegria pela segunda ou terceira vez na vida. É uma nomeação importante não só para mim, mas para o râguebi português e para todas as mulheres e jovens que gostariam de jogar ou arbitrar”, comentou a inspetora da Polícia Judiciária em declarações à agência Lusa.
Em fevereiro de 2023, quando foi nomeada pela primeira vez para o painel de assistentes do torneio das Seis Nações feminino, Maria admitiu que ainda gostaria de marcar presença num Mundial, “nem que fosse como assistente”.
Mas reconheceu, então, aos 34 anos, que seria uma meta difícil “devido à idade”.
“Achava que, se calhar, já não ia acontecer, até porque sou das mais velhas do grupo de nomeadas. Mas correu bem fisicamente”, desabafou.
Agora, a antiga jogadora de Sporting e Benfica tem como objetivo participar “num encontro dos quartos de final”, até porque, tal como no Mundial masculino, “depois disso os árbitros assistentes vêm embora” e ficam apenas os juízes principais, que começam a desempenhar também as funções de fiscal de linha.
Antes do Mundial, Maria Heitor vai integrar “um estágio de uma semana, curiosamente, em Portugal”, com todo o painel de juízes nomeados para o Inglaterra2025, mas, antes disso, o foco ainda está “nos jogos do campeonato português” e alguns “torneios do Europeu de ‘sevens’”.
Depois, em 15 de agosto, parte para Inglaterra, uma semana antes do início do Mundial, de onde espera voltar só após 14 de setembro, dia em que terminam os quartos de final.
Para além de Maira Heitor, integram o painel de assistentes do próximo Mundial as árbitras Jess Ling (Austrália), Amelia Luciano (Estados Unidos), Amber Stamp-Dunustan (País de Gales), Holly Wood (Inglaterra) e Precious Pazani (Zimbabué), como suplente.
O quadro de árbitras principais é composto por Aimee Barrett-Theron (África do Sul), Maggie Cogger-Orr (Nova Zelândia), Sara Cox (Inglaterra), Ella Goldsmith (Austrália), Natarsha Ganley (Nova Zelândia), Aurélie Groizeleau (França), Lauren Jenner (Itália), Clara Munarini (Itália), Kat Roche (Estados Unidos) e Hollie Davidson (Escócia).
A escocesa, com quem Maria Heitor já fez equipa em várias ocasiões, fez história no Estádio do Restelo, em 2022, ao liderar a primeira equipa de arbitragem integralmente feminina a dirigir uma partida internacional masculina, entre Portugal e Itália.
Em 2022, Maria Heitor tornou-se na primeira mulher a dirigir a final da Divisão de Honra, o principal escalão competitivo da modalidade em Portugal, um ano após o ter feito também no escalão inferior.
No ano seguinte foi nomeada, pela primeira vez, para o painel de árbitros assistentes do torneio das Seis Nações feminino, repetindo a chamada nos dois anos seguintes.
A árbitra portuguesa contabiliza, ainda, diversas nomeações para jogos do Europe Championship feminino, assim como na variante de ‘sevens’.
Maria Heitor tem ainda um vasto currículo como jogadora no râguebi feminino, onde contabiliza diversos títulos nacionais e internacionais, entre passagens por Agronomia, Benfica, Loulé, Lille (França) e Sporting.
Conquistou cinco campeonatos nacionais de sevens, seis Taças de Portugal, cinco Supertaças, quatro campeonatos nacionais do principal escalão português (entre râguebi de 10, de 13 e de 15), duas Taças Ibéricas e um campeonato nacional de França.
O Campeonato do Mundo feminino de râguebi disputa-se em Inglaterra entre 22 de agosto e 27 de setembro.
Será disputado por Inglaterra, Austrália, Estados Unidos, Samoa (Grupo A), Canadá, Escócia, País de Gales, Fiji (Grupo B), Nova Zelândia, Irlanda, Japão, Espanha (Grupo C), França, Itália, África do Sul e Brasil (Grupo D).