Giro: Afonso Eulálio quase não sentiu dor de pernas com tantas pessoas a gritar no Mortirolo

A multidão fez com que Afonso Eulálio quase nem sentisse dores de pernas na subida ao emblemático Mortirolo, que o ciclista português coroou hoje em solitário durante a 17.ª etapa da Volta a Itália, na qual foi 10.º

“Acabou por ser uma subida bastante dura, no final levava pernas e, depois, toda aquela multidão a gritar… quase que não sentia a dor de pernas com tantas pessoas a gritar”, descreveu à agência Lusa.

Afonso Eulálio foi hoje um dos indiscutíveis protagonistas dos 155 quilómetros entre San Michele all’Adige e Bormio, integrando a fuga do dia e deixando os seus companheiros de jornada, nomeadamente o credenciado francês Romain Bardet (Picnic PostNL), para trás na ascensão ao Passo Mortirolo, uma das mais icónicas e difíceis subidas da ‘corsa rosa’.

“Acabei por fazer algo que nem devia ser preciso, que era atacar tão de longe. Estava um pouco longe da meta e o percurso depois da descida era muito favorável para trabalhar em conjunto e não para ir sozinho”, analisou o ciclista da Bahrain Victorious.

O figueirense de 23 anos foi alcançado pelos perseguidores na descida que se seguiu ao Mortirolo e pelo grupo dos favoritos a uma dezena de quilómetros da meta, que cortou na 10.ª posição, a 56 segundos do vencedor, o camisola rosa Isaac del Toro (UAE Emirates).

“A vitória [de etapa] seria perfeita, mas acabou por não dar. Os ciclistas da geral apanharam-me”, pontuou, nas declarações à Lusa.

Na estreia em grandes Voltas, Eulálio subiu hoje ao pódio, como ‘rei’ do Mortirolo, o seu maior momento de destaque de uma Volta a Itália em que muito trabalhou para Antonio Tiberi, o líder que na 17.ª etapa ficou irremediavelmente afastado da luta pela geral.

“Claro que está a correr muito bem. […] Tenho tido dias bons, tanto a ajudar a equipa, e agora acabaram por me dar a oportunidade [de ir para fugas] na última semana. Penso que tenho reagido bem a tudo o que me pedem. A equipa acabou por ter um ou outro dia mau com o Tiberi, que está arredado [da geral], mas temos o Damiano Caruso na luta”, notou.

O único ciclista luso na 108.ª edição da ‘corsa rosa’, que hoje subiu a 69.º da geral, admite que gostaria de ter forças para tentar ir para a fuga outra vez.

“Vamos ver como as pernas estão nos próximos dias e ver se a equipa também me dá outra oportunidade, porque não depende só de mim”, concluiu.

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