Candidato à presidência das águias: Martim Mayer fala em Benfica “aburguesado” precisa de mudar e recuperar “valores”

Martim Borges Coutinho Mayer pretende recuperar a identidade e os valores do Benfica, considerando que “o clube precisa de mudar” face ao “aburguesamento” instituído e aos resultados desportivos incompatíveis com as condições de “excelência”.

“Entendo que o clube precisa de mudar. No Benfica, se não há vitórias, tem de haver mudança. E mudar é olhar para a frente, não para trás. Temos de colocar os sócios no centro de tudo, não podemos manter o clube fechado. Unir a nação benfiquista, devolvendo a paixão, recuperando a identidade de Cosme Damião e Duarte Borges Coutinho”, assinalou à Lusa o candidato às eleições de 25 de outubro.

O industrial, de 51 anos, neto de Duarte Borges Coutinho, que presidiu ao clube entre 1969 e 1977, entende que o Benfica “está aburguesado”, razão pela qual quer “trazer de volta valores que nunca deveriam ter desaparecido, como a humildade, a entrega e a decência e, por consequência disso, as vitórias”.

“É o clube que tem mais sócios no mundo, que tem um estádio de excelência, que dá as melhores condições aos jogadores, que tem das melhores academias de futebol do planeta. As condições são de excelência, mas os resultados, não. Temos de garantir que todos os que vestem a nossa camisola sabem o que isso representa. Isso não se faz com dinheiro. Faz-se com valores, atitude e exemplo. É disso que se alimenta a mística benfiquista”, frisou.

Martim Mayer diz ter “o conhecimento e a vontade para ser presidente do Benfica”, alicerçado numa “equipa coesa, que reúne competências em todas as áreas-chave da gestão do clube”, confessando querer “estar à altura do legado” do seu avô, um dos presidentes mais marcantes e vitoriosos da história das ‘águias’.

“Traz-me uma enorme responsabilidade. Porque o legado do meu avô perdura desde os anos 70. É o mesmo desde então. Seria o mesmo em 2050. Mas, com a minha candidatura, sei que tudo o que faça pode levar a que se estabeleçam comparações. E isso é, obviamente, muito relevante. Por isso, a minha responsabilidade será dupla: para com o Sport Lisboa e Benfica e para com o legado do meu avô. Na mais pequena iniciativa que tenha, devo sempre considerar estar à altura do seu legado. E isso é para mim intransponível”, assegurou o sócio 5.206 dos ‘encarnados’.

E é precisamente em Duarte Borges Coutinho, vencedor de sete títulos de campeão no futebol, entre outros, que Martim Mayer vê um exemplo de presidente, “pela forma como liderou o clube, pelo espírito de equipa que foi capaz de reunir, pelo profundo conhecimento do que é o povo benfiquista e por entender e interpretar o ecletismo do Benfica como quase ninguém”.

“Quero trazer esta abordagem de volta e, quanto a mim, resume-se numa frase: ao presidente do Benfica e à sua direção não basta gerir o clube, a sua primordial função está em compreender os sócios e a nação benfiquista”, referiu à Lusa, sublinhando: “É nisso que me revejo e é isso que humildemente gostaria de conseguir fazer. Quando assim se faz, é possível unir o Benfica e todos sabemos que um Benfica unido é invencível”.

Além de Martim Mayer, concorrem às eleições de 25 de outubro os advogados João Diogo Manteigas e Cristóvão Carvalho, e o gestor João Noronha Lopes, enquanto o atual presidente Rui Costa ainda não revelou se irá recandidatar-se, tendo adiado uma posição oficial para depois do Mundial de clubes e antes do início da nova época.

No escrutínio de há quatro anos, Rui Costa foi eleito presidente do Benfica com 84,48% dos votos, contra os 12,24% de Francisco Benítez, no ato eleitoral mais concorrido da história do clube benfiquista, com 40.085 votantes.

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