Catarina Costa e a derrota na estreia dos Mundiais de Judo: “Quando nós não conhecemos uma atleta, as sensações no combate são sempre diferentes”

A judoca Catarina Costa despediu-se hoje dos Mundiais com um sentimento de frustração, ao cair ao primeiro combate que realizou na Arena Lászlo Papp, em Budapeste, diante da ‘desconhecida’ Szabina Szelecki.

A vice-campeã europeia em título (-48 kg) foi surpreendida já no ‘ponto de ouro’ – período após um empate nos quatro minutos regulamentares -, quando tentou projetar, com um ‘kata guruma’ [arremesso sobre os ombros] a sua adversária.

Catarina Costa, que se apresentava em Budapeste como oitava cabeça de série, não conseguiu a técnica e, ato contínuo, viu Szelecki pontuar para ‘waza ari’, quando estavam decorridos 1.26 minutos do prolongamento (5.26 do total).

A estreia nos campeonatos teve as variáveis menos esperadas: uma adversária com quem nunca tinha lutado ou treinado, o que trazia um grande desconhecimento, e a aposta na resolução do combate pela ação, numa estratégia menos ‘cínica’.

Catarina Costa apostou em projetar, quando Szabina Szelecki já tinha dois castigos (3.12 minutos e 4.48), ao invés de esperar algum erro ou inação da húngara, o que lhe poderia valer novo ‘shido’ e a eliminação do combate.

Durante o combate, a portuguesa reconheceu as dificuldades de ter pela frente uma judoca menos conhecida (81.ª mundo), apesar de o treinador João Neto e ela própria terem visto e analisado o primeiro combate da húngara.

Szabina Szelecki tinha, na estreia, batido uma adversária mais cotada, tirando do caminho quem teoricamente poderia defrontar Catarina, a espanhola Eva Perez Soler, com vantagens de yuko (a pontuação menor) e waza-ari (intermédia).

“Tivemos um bocadinho menos de tempo para ver o combate, mas, ainda assim, sabia o que é que ela tinha feito, mas nunca tinha lutado com ela, nem em estágio, nem em prova. Quando nós não conhecemos uma atleta, por muito que a estudemos, as sensações no combate são sempre diferentes do que aquilo que nós conhecemos”, admitiu no final a portuguesa.

Szelecki, a lutar em casa, ‘transformou-se’ no perigo do desconhecido, criando maiores dificuldades, do que aquelas que se podia esperar, embora Catarina Costa tenha sentido que, no rescaldo das emoções, foi a estratégia que falhou, quando optou por atacar – e se viu contra-atacada.

A estreia de Catarina Costa marcou o arranque da participação portuguesa nos Mundiais de judo em Budapeste, onde a equipa lusa ainda terá Miguel Gago (-66 kg), no sábado, Otari Kvantidze (-73 kg), no domingo, João Fernando (-81 kg), na segunda-feira, Taís Pina (-70 kg), na terça-feira, e Patrícia Sampaio (-78 kg) e Jorge Fonseca (-100 kg), na quarta-feira.

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