A judoca Taís Pina considerou hoje que teve uma “quebra” já no prolongamento do combate com a japonesa Shiho Tanaka e isso fez a diferença nos Mundiais de Budapeste, nos quais caiu nos oitavos de final.
“No início, pelo menos nos dois combates, foi duro chegar ao ‘golden score’. No combate com a japonesa senti-me bem até aos primeiros quatro minutos, mas, depois, no ‘golden score’ ela estava a subir ainda mais e senti uma quebra no combate e talvez também tenha feito a diferença”, admitiu a judoca de 20 anos.
Pina, atleta do Sport Algés e Dafundo, efetuou dois combates em Budapeste, tal como na sua estreia há um ano nos Mundiais de Abu Dhabi, saindo de competição com uma vitória e uma derrota, mas, desta vez, com melhor classificação, face à isenção na primeira ronda.
“É o meu segundo Mundialno circuito sénior. Apesar de não ter saído já na segunda ronda, não estou contente com o meu desempenho, mas vejo-me cada vez mais, pelo menos este ano, em evolução e espero que continue assim”, acrescentou a judoca da categoria de -70 kg.
Em Budapeste, Taís Pina (19.ª do mundo) foi ‘forçada’ a dois prolongamentos: primeiro com a neerlandesa Magrit De Voogd, adversária com melhor ‘ranking’ (14.ª), e já nos ‘oitavos’ com a japonesa Tanaka, sétima cabeça de série e 12.ª do mundo.
No primeiro, a judoca lusa dominou o combate, com traquejo para evitar as tentativas da neerlandesa em levar a luta para o ‘tatami’ e tentar o ‘osaekomi’, a imobilização, e a garantir o triunfo com um ‘yuko’, com 11 segundos no tempo extra.
Com Tanaka, a portuguesa voltou a entrar bem, mas o arrastar do combate para o prolongamento, já com o cronómetro nos 2.51 (6.51 no total), penalizou-a, quando se viu sem força e ‘tapada’ com dois castigos, o que a deixava em risco de desclassificação com um terceiro.
“Como já estava assim mais tapada, pensei em arriscar mais, porque senão já ia levar o terceiro castigo. Pronto, arrisquei, ela conseguiu contra-atacar”, explicou, após um movimento que a nipónica reverteu e marcou ‘waza-ari’.
Taís Pina, que concilia a prática de judo com a vida académica, no terceiro ano da licenciatura em recursos humanos, reforçou que “é duro perder” com os quartos de final à porta, mas que tem a motivação de continuar, lutando com as mais fortes.
“Faz-me pensar mesmo que gosto de estar aqui e é este caminho que quero seguir. Quero sempre disputar lutas com pessoas mais fortes, quero sempre estar em provas grandes”, reforçou.
Portugal termina na quarta-feira a participação nos Mundiais de Budapeste, dia em que competem Patrícia Sampaio (-78 kg), campeã europeia em título, e Jorge Fonseca (-100 kg), bicampeão mundial em 2019 e 2021, ambos medalha de bronze em Jogos Olímpicos.