Noronha Lopes recorda eleições de 2020: “Quis evitar pancadaria entre benfiquistas”

João Noronha Lopes recordou as eleições do Benfica em 2020, onde correu contra Luís Filipe Vieira, acabando por perder para o antigo presidente, que somou 62,59 por cento dos votos.

Em entrevista ao podcast ‘Mata-mata’, o candidato afirmou porque razão não decidiu contestar esses resultados na altura.

“Foi uma decisão muito difícil e individual. A maior parte de quem estava perto de mim, pensava de maneira diferente. Mas, às vezes, temos de tomar decisões difíceis, sozinhas. Naquela altura, foi o que pensei. Mesmo que tivéssemos contestado, o processo acabaria da mesma maneira. As urnas seriam levadas para um determinado local e o que quer que se pudesse fazer teria sido feito, com a agravante de que a noite teria acabado com os benfiquistas à pancadaria. E foi esse o cenário que quis evitar”, começou por dizer.

O empresário aproveitou para reforçar a sua oposição ao voto eletrónico, afirmando que existem dúvidas sobre a credibilidade e fiabilidade deste processo.

“Em primeiro lugar, porque ainda não oferece condições de total isenção e credibilidade. Isso explica porque não existe nas eleições para os órgãos de soberania em Portugal e nas eleições para a grande maioria dos países democráticos deste mundo. É porque há dúvidas fundadas sobre a credibilidade do processo e a possibilidade de interferências externas. Em segundo lugar, porque acho que no Benfica é mais importante ter o voto escrito. Por uma questão de legitimidade do presidente. O que quero dizer? É importante para o presidente, quando for eleito, que não existam dúvidas nenhumas relativamente à votação. A única maneira disso acontecer é através do voto escrito, para evitar que continuemos a ter discussões sobre se o voto eletrónico era ou não fiável”, sublinhou.

Sobre o assunto, Noronha Lopes recordou que “os sócios do Benfica votaram, mais de 90 por cento, pela abolição do voto eletrónico e pela escolha do voto físico”, e que, para que “exista um voto eletrónico tem de ser validado através do depósito de voto físico em urna”.

“Até podemos achar a ou b, mas os estatutos são o que são. Não podemos fugir aos estatutos”, acrescentou.

O candidato realçou que “é importante tornar esse voto o mais alargado possível para todos os sócios do Benfica” e revelou o que foi discutido na última reunião entre os candidatos e o presidente da MAG encarnada.

“Falámos que o voto por correspondência seria uma boa solução. Mas tem o problema do cumprimento dos prazos estatuários, que dificilmente se conciliam com a troca de correspondência. Seria muito arriscado fazer isso, argumentou o presidente da Mesa da AG e eu compreendi. Em alternativa, o que propusemos, depois de termos proposto o voto por correspondência, foi o alargamento das secções de voto aos Açores e à Madeira, como fazemos no Continente, nas casas de Benfica, escolas ou hotel. Exatamente o mesmo processo deve ser feito fora de Portugal, nas casa do Benfica ou onde exista um número significativo de adeptos, num hotel ou consulado”, conta.

Noronha Lopes desvaloriza os alegados custos que o processo possa ter para o clube das águias.

“Se não é numa votação para as eleições que justificamos gastar montante significativo, então é para quê? Este argumento não colhe. É mais complicado do ponto de vista logístico, mas temos obrigação de tentar chegar ao maior número possível de sócios nas ilhas e nos estrangeiro. E o Benfica tem de criar condições para que isso possa acontecer”, concluiu.

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