Nice, como se sabe, é o nome de uma cidade no sul de França; contudo, e transportando a palavra para a língua inglesa, pode traduzir-se como “simpático”.
E este é precisamente um adjetivo que se pode aplicar à equipa francesa, olhando para o jogo desta quarta-feira diante do Benfica.
Com efeito, o Nice foi sem dúvida uma equipa simpática para os encarnados, criando-lhes poucos problemas no momento defensivo, concedendo espaço e algumas facilidades quando era altura de atacar.
Quer com isto dizer que o domínio da equipa portuguesa foi avassalador? Longe disso. Contudo, os comandados de Bruno Lage estiveram quase sempre por cima, controlando o encontro sem grandes sobressaltos, construindo na segunda parte uma vantagem de dois golos que dá algum conforto para o jogo da segunda-mão no Estádio da Luz.
Em relação ao jogo da Supertaça, Lage surpreendeu ao lançar Ivanovic na frente de ataque com Pavlidis, isto enquanto Schjelderup fazia as vezes do lesionado Akturkoglu.
A partida começou a baixo ritmo, com o Benfica a tomar a iniciativa, perante um Nice em bloco médio-baixo, que esperava uma recuperação de bola para fazer o seu jogo direto.
Schjelderup teve a primeira oportunidade logo aos sete minutos, aproveitando um desacerto dos centrais gauleses; pouco depois, um tiro de Richard Ríos obrigou Diouf a uma defesa de recurso, e perto do intervalo, o guardião da equipa da casa negou com o pé um golo certo a Pavlidis.
Pelo meio, os ‘Aiglons’ iam tentando dar um ar da sua graça, confiando quase sempre na inspiração de Moffi, que chegou a assustar com um remate forte dentro da área, muito pouco para uma equipa sem grandes alternativas ao seu plano de jogo.
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Na segunda parte, o Nice pareceu entrar mais afoito e agressivo no ataque, dispondo da sua melhor oportunidade por Clauss, que rematou no coração da área, mas já com pouca força.
Ao crescendo gaulês respondeu o Benfica com eficácia croata; 53 minutos e uma boa iniciativa de Dedic encontrou Aursnes que, no flanco direito, cruzou com peso, conta e medida para o coração da área, onde surgiu Ivanovic a desviar para o 0-1, melhor estreia era impossível.
O golo desnorteou por completo a equipa da casa, que teve muitas dificuldades em manter a concentração, permitindo aos encarnados oportunidades para ampliar a vantagem; a mais flagrante pertenceu a Ivanovic, que obrigou Diouf a nova defesa apertada.
Com o avançar do relógio, o Nice lá se conseguiu recompor…mas apenas defensivamente, já que lá à frente o desacerto e desinspiração eram por demais evidentes e as jogadas facilmente anuladas pela equipa da Luz.
Vendo o jogo totalmente a seu favor, o Benfica viu uma oportunidade de dar uma estocada no jogo e na eliminatória e acabou por fazer o 0-2. Aos 88 minutos, Florentino viu espaço à sua frente, encheu-se de fé, e disparou um míssil que só parou no fundo das redes gaulesas, fechando assim o jogo e, quem sabe, a eliminatória.
A figura: Ivan, o desbloqueador
Principal surpresa no onze inicial do Benfica, Franjo Ivanovic aproveitou da melhor maneira a oportunidade concedida por Bruno Lage.
O avançado croata combinou com Pavlidis na frente ofensiva e mostrou-se muito voluntarioso, não só no ataque, mas também no momento defensivo.
Foi de Ivanovic o primeiro golo das águias, aproveitando da melhor maneira um bom cruzamento de Aursnes, tendo ainda beneficiado de oportunidades para aumentar a contagem.
Sem dúvida uma estreia auspiciosa.
Outros destaques: Dedic e Aursnes dominam o corredor, Boudaoui a remar contra a maré
Amar Dedic e Fredrik Aursnes estiveram perto da perfeição no seu controlo do corredor direito. O forte pendor ofensivo do bósnio permite ao norueguês procurar terrenos mais interiores, como é seu apanágio. Foi de um entendimento entre os dois que nasceu o primeiro golo do Benfica, finalizado por Ivanovic.
Do lado do Nice, Hicham Boudaoui foi o principal elemento. Encarregue de fazer os equilíbrios do meio-campo, o algeriano foi o motor da equipa e aquele que fazia a sua equipa sair para o ataque com mais critério. Foi também o mais rematador da formação gaulesa, se bem que sem nunca acertar no alvo.
Reações
Ivanovic e a estreia: “Muito feliz pelo primeiro jogo e pelo primeiro golo”
