Há 19 equipas nas I e II Liga portuguesas que contam com acionistas estrangeiros nas respetivas SAD’s. 12 delas fazem parte do primeiro escalão do futebol português, segundo apurou a agência Lusa.
Ou seja, 57,6% dos 33 clubes que compõem a Liga Portuguesa de Futebol Profissional, esta temporada, contam com participação estrangeira. Em 15 emblemas, esses investidores detêm a maioria do capital da SAD, enquanto há quatro deles que ocupam uma posição minoritária.
O mais recente caso de aquisição estrangeira a nível maioritário do capital é o do Moreirense. 70% da SAD do clube de Moreira de Cónegos foi vendida ao fundo norte-americano Black Knight Football Club, que também detém o Bournemouth (Premier League).
Em 2018, o Famalicão, ainda na II Liga, vendeu 51% da SAD ao grupo Quantum Pacific. Atualmente, o grupo que tem como acionista maioritário o israelita Idan Ofer detém 85% do capital.
O Estoril não escapa a estes números, sendo detido pelo Globalon Football Holding por 92,3%.
Ainda na I Liga, 55,8% da SAD do Santa Clara pertence ao empresário brasileiro Bruno Vicintin, desde 2022. Já a SAD do Rio Ave pertence, 80%, ao dono do Olympiacos e Nottingham Forest, Evangelos Marinakis.
Desde 2023/24, a SAD do Aves é detido pelo acionista brasileiro Rubens Parreira, único e presidente da SAD.
Também os recém-promovidos à I Liga se incluem na lista: Tondela e Alverca. Em fevereiro deste ano, os sócios do Tondela aprovaram a venda maioritária da SAD aos espanhóis Elite Gestión y Administración. Na mesma altura, o clube ribatejano foi vendido a um grupo com investidores espanhóis e brasileiros por 10 ME, entre eles Vinicius Júnior.
Os ‘grandes’ não se escapam a esta tendência, de tal forma que a empresa Holdimo (Álvaro Sobrinho como acionista maioritário) detém 9,9% da SAD do Sporting.
No caso do Benfica, o grupo Lenore Sports Partners, de Jean-Marc Chapus e Elliot Holton Hayes (norte-americanos) comprou este ano 5,24% da SAD encarnada. Também o SC Braga se inclui, com a Qatar Sports Investments (dona do PSG) a deter, agora, 29,6% da SAD.
Os minhotos do Vitória de Guimarães também têm a participação do V Sports, detido pelo egípcio Nassef Sawiris e pelo norte-americano Wesley Edens, em 29% da SAD. Contudo, antes detinha 46%.
Na II Liga, também o Portimonense faz parte deste leque, uma vez que a empresa (For Gool Company) liderada pelo brasileiro Theodoro Fonseca conta com 85,88% do capital da SAD.
A par dos Algarvios, o Feirense tamb+em conta com investimento estrangeiro com o grupo nigeriano Tavistock a deter 70%. No caso do Académico de Viseu, a empresa alemã Hobra é acionista maioritária (90%) da SAD.
90% do União de Leiria pertence ao empresário britânico Navdeep Singh, desde 2022. Nesse mesmo ano, 80% da SAD do Vizela foi vendida ao Efkarpia Trades and Investment Limited (Hong Kong).
Também o Oliveirense conta com participação estrangeira na SAD, com o grupo japonês Onodera Holdings a comprar 52,5% do capital que pertencia ao compatriota Akihiro Kin. Agora, o empresário tem 17,5%.
Em contrapartida, o Casa Pia integra a I Liga como uma sociedade desportiva unipessoal por quotas. Ou seja, o clube fundador detém todo o capital, enquanto que terceiros não podem entrar sem que seja transformado em SAD, tal como refere a Lusa. Ainda assim, está associado ao norte-americano Robert Platek, no grupo MSD Capital.