Miguel Oliveira tem o futuro incerto na próxima temporada de MotoGP. A imprensa internacional, especialista em desporto motorizado, avança que a Prima Pramac escolheu o sul-africano Jack Miller para fazer dupla com o turco Toprak Razgalioglu. Esta decisão deixa o português sem moto para a próxima época.
Há muito que se falava no padock da possibilidade de Miguel Oliveira ser dispensado da equipa, depois de meses de indecisão. Já se sabia que Toprak Razgalioglu, campeão mundial de Superbikes, ia subir a categoria rainha do motociclismo pelas mãos da Prima Pramac, o que deixaria apenas um lugar disponível na equipa satélite da Yamaha.
A decisão de escolher Miller em detrimento de Oliveira terá sido tomada na 6.ª feira, antes do Grande Prémio da Hungria, ganho hoje por Marc Márquez e em que Miguel Oliveira foi o melhor piloto da Yamaha, no 12.º posto.
Esta foi a melhor posição do português, até ao momento, na temporada do campeonato do Mundo de MotoGP.
Miguel Oliveira assinou com a Prima Pramac na época passada por uma temporada, com mais uma de opção que seria acionada pela Yamaha em função do desempenho do português. A lesão que contraiu no ombro e que lhe retirou de três corridas impediu o ‘Falcão’ de Almada de alcançar melhores resultados.
Miguel Oliveira (Yamaha) é apenas 25º no Mundial, com seis pontos.
Após o GP da Áustria na semana passada, o português já tinha dado a entender que a sua permanência na elite do motociclismo mundial seria muito difícil.
“Não me arrependo de nada do que fiz. Mas sinto que, se deixar o paddock, vou sentir-me incompleto. Acho que as minhas capacidades como piloto são maiores do que aquilo que fiz, do que aquilo que mostrei. Isto pode ser entendido como arrogância ou algum tipo de presunção da minha parte, mas é mesmo assim que me sinto. Estando num desporto que se compara imenso, comparando-me com outros pilotos, sinto que tenho mais para dar. Mas é o que é. A competição é assim. Consegue ser brutal por vezes. É essa a realidade. E no paddock, especialmente quando estás na elite, tens de mostrar, tens de pilotar a moto o mais rápido possível. O que quer que aconteça, ficarei bem. É essa a mensagem. Estarei mais do que bem, acho”, assumiu Miguel Oliveira, numa entrevista ao ‘The Race’.
E esta tarde, após o GP da Hungria, reconheceu que o seu futuro não passará pela Yamaha.
“Sempre disse desde o início que a minha felicidade não fica dependente de uma decisão da Yamaha. Eu sei bem do meu valor e felizmente esse meu valor é reconhecido por várias equipas do paddock. É preciso lembrar que estar no MotoGP é um privilégio que poucos pilotos têm. Por isso tenho bem claro o que quero para a minha carreira. Para a semana haverá comunicados, haverá decisões oficiais e a partir daí tomarei as minhas decisões para o futuro”, recordou o português, em declarações à SportTV.
Na entrevista à Sport TV, o ‘Falcão’ de Almada não escondeu o seu descontentamento com a moto da Prima Pramac que tem vindo a pilotar.
“O objetivo de qualquer piloto, e o meu objetivo em particular, é estar numa posição em que possa lutar por pódios e por vitórias. O que é certo é que neste projeto, e com esta Yamaha, as coisas ficam muito difíceis para eu poder disputar esses lugares. Mesmo o Quartararo, com sete anos de experiência e correndo sem cometer erros, tens as dificuldades que tem. Em poucas corridas, e mesmo com a lesão, consegui aproximar-me muito dele. Mas é o que é. É impossível atingir a perfeição com uma mota que está longe de ser perfeita”, declarou.
Marc Márquez lidera o Mundial de MotoGP com 418 pontos, uma confortável vantagem para o seu irmão Alex Márquez (Ducati) com 276. O italiano Francesco Bagnaia (Ducati) é terceiro com 221.