Federação com caso ‘bicudo’ para resolver: convidou Famalicão para lugar do Damaiense e agora poderá ter de alargar Liga para… 11 clubes

A Federação Portuguesa de Futebol terá de resolver um caso bicudo no futebol feminino nacional, depois de o Famalicão ameaçar impugnar as provas da Primeira e Segunda divisões.

O organismo liderado por Pedro Proença criou o problema e agora não sabe como resolve-lo.

A decisão do Tribunal Arbitral do Desporto em aceitar a reintegração do Damaiense, após a FPF rejeitar a candidatura do clube da Damaia, criou uma situação difícil que deverá ser resolvida com o alargamento da prova, de 10 para 11 equipas. No entanto, o calendário da I e II divisões já foram anunciados.

A I Divisão arranca no dia 14 de setembro, próximo domingo, com a receção do Benfica ao Racing Power.

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Para entender todo o imbróglio, é preciso ver a cronologia dos factos.

O Famalicão perdeu o play-off de manutenção com o Rio Ave no dia 07 de junho e caiu para a Segunda Divisão.

14 dias depois, a 21 de junho, a Federação Portuguesa de Futebol divulgou a lista dos clubes inscritos para disputar a Primeira Divisão do futebol feminino nacional, sem a presença do Damaiense. Segundo a FPF, a formação da Damaia foi excluída por “incumprimentos nos critérios mínimos exigidos em áreas como infraestruturas, recursos humanos, requisitos legais e situação financeira”.

Três dias após a decisão de excluir o Damaiense, o organismo liderado por Pedro Proença convidou o Famalicão a ocupar a vaga em aberto para 2025/26.

Descontente com a decisão da FPF, o Damaiense deu entrada no Tribunal Arbitral do Desporto (TAD) com uma providência cautelar contra a sua exclusão do principal escalão. O providência é aceite pelo TAD no dia 02 de julho.

Dois meses depois de aceitar a providência cautelar, o TAD dá razão ao Damaiense, a 04 de setembro, e obriga a Federação Portuguesa de Futebol a integrar o clube lisboeta no primeiro escalão do futebol feminino. O clube comunica que fará os seus jogos caseiros no Estádio do Algarve.

Face a esta decisão, a direção liderada por Pedro Proença comunica o Famalicão que afinal vai estar incluído no sorteio da Segunda Divisão.

A decisão revoltou o clube nortenho. José Pina Ferreira, presidente do Famalicão deixou fortes críticas a Pedro Proença. Citado pelo jornal Record, o dirigente garante que, aquando do convite para ocupar a vaga do Damaiense, nunca foi comunicado ao clube que essa participação estaria dependente de alguma decisão judicial.

José Pina Ferreira recordou que o planeamento foi feito para jogar na elite e que agora, face a decisão da FPF, há jogadoras contratadas que se recusam vir jogar para a Segunda Divisão e patrocínios que cairão por terra porque o clube não vai jogar na I Divisão.

“Até posso compreender que o TAD tenha dado razão ao Damaiense, mas a responsabilidade não é do Famalicão. Tive uma conversa com o presidente da FPF e, sinceramente, acho que não esteve bem. Há formas de tratar as coisas e a Federação não está a assumir as consequências. Espero que a Federação tenha a coragem de assumir o erro e alargar a competição, que cumpra e honre o convite que fez. É vergonhoso que isto aconteça e não haja um líder capaz de resolver o problema. O futebol feminino está a ser desvalorizado pelo Pedro Proença. Ele devia ter outra preocupação com a modalidade”, lamentou o líder do clube, citado pelo jornal Record.

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