Georgiy Sudakov, médio ucraniano recentemente contratado pelo Benfica, falou no final do empate (1-1) frente ao Azerbaijão sobre os momentos de terror vividos horas antes do jogo. O prédio onde vive em Kiev foi atingido por um bombardeamento russo, quando no interior estavam a companheira grávida, a filha e a mãe.
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“É psicologicamente difícil, ficas preocupado e inquieto com a tua família. Agora, a minha esposa e o meu filho foram morar com os pais dela. Vocês viram as fotos… atingiu o 15.º andar. Naquele momento, a minha família estava no 9.º andar. Tudo no complexo também está em ruínas, muitos carros estão danificados. As janelas estão constantemente a cair, as janelas de muitos apartamentos foram destruídas…”, relatou.
Apesar do choque, Sudakov alinhou pela seleção e até marcou o golo da Ucrânia. No entanto, não escondeu a frustração pelo empate cedido: “É difícil dizer. Estávamos a ganhar por 1-0, tivemos oportunidades suficientes. Um contra-ataque, um passe, uma mão na bola, um penálti… Tivemos azar nesses momentos. O árbitro marcou penálti e já não houve tempo para marcar o segundo golo.”
O jovem médio mostrou-se igualmente confortável no papel desempenhado pela esquerda do ataque. “Não me importa onde jogo. Joguei na esquerda, mas também ia para o centro e o Zinchenko subia mais no terreno. E o Ocheretko também aparecia no meio. Nós os três mudámos juntos. Temos um entendimento mútuo e não há problemas com isso”, acrescentou.
Entre a preocupação com a família e a responsabilidade de representar a Ucrânia, Sudakov atravessa dias de emoções intensas — dividindo-se entre a dor da guerra em casa e o orgulho de vestir a camisola da seleção.